🎬"TODO SOBRE MI MADRE" |Reseña Original de Marabuzal (ESP-ENG-PT)

avatar
(Edited)
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

IMDb


Esta película es un homenaje desgarrado a la vida que se aferra, tal vez, al artificio para sobrevivir. "Todo sobre mi madre" (1999), la obra quizá más redonda y profundamente humana de Pedro Almodóvar, trasciende, digamos que, su propia estética colorista y se convierte en un drama de una pureza emocional yo diría que inigualable.

Se sabe que esta película es una especie de tributo a "Un tranvía llamado Deseo" del gran e inolvidable Tennessee Williams. Pero va más allá incluso, el manchego teje su propio melodrama, y va, desde la construcción de la identidad a la familia elegida.

Manuela tras la trágica muerte de su hijo es la cuerda de la que tira el caballo de esta trama. Creo entender que una especie de viaje circular, algo así como el regreso a los orígenes, una búsqueda que es, en realidad, una huida.

Para mí que he estudiado el guión como ese artístico pero además trabajo con guiones todos los días de la vida puedo decirte que el que esta película es un guión es intrincado, lo que pasa es que está tan bien ensamblado que cada encuentro, cada personaje, es como una pieza de un puzzle.

La aparente casualidad del melodrama (reencuentros, secretos revelados) se vuelve en esta puesta, una herramienta de una lógica narrativa superior. Es destino y es edención.

Almodóvar dota su historia de una carga simbólica y emocional que se reinterpreta como fortalezas en ese juego inaudito y atractivo.

Podrás encontrar almas rotas magnéticas que se rehacen en una estructura que podría aparecer caótica, digamos que abarrotada de sucesos.
En esta película el dolor y la alegría son caras de una misma moneda.

Cecilia Roth, como Manuela, se explaya en una actuación monumental en su contención.

Hay dolor en su mirada en sus pequeños gestos de madre convertida al servicio o digamos mejor a la servidumbre de los demás.

Marisa Paredes, en Huma Rojo, es tragedia y carne, diva y fuerza en el escenario pero frágil como una rosa, frágil.

Penélope Cruz, consagrada ya dramáticamente, encarna a la hermana Rosa, y anuncia, una ternura y una fe a toda prueba, me parece que esta chica llega a convertirse sin lugar a dudas en el corazón incorruptible de la historia.

El monólogo de Antonia San Juan, puede que resulte algo así como, un manifiesto, y no creo equivocarme cuando digo que tal vez sea una de las escenas más memorables del cine español.

Técnicamente, Todo sobre mi madre es una obra maestra del estilo Almodóvar en su cenit. La fotografía de Affonso Beato baña Barcelona con una paleta de rojos passionarios, azules melancólicos y verdes esperanzados, regala una atmósfera tan artificial como veraz.

La dirección de arte es meticulosa, es significativa: cada escenario, desde el hospital hasta el piso de Rosa, cuenta una historia. Y la cuenta bien sí señor, La edición, digamos que es fluida, elegante...

Es una película que, aunque se mueve en los territorios del melodrama clásico, no cae en lo sensiblero. Es honesta en su planteamiento. Y alcanza a ser a la vez un homenaje al arte de actuar.


🇺🇸 ENGLISH VERSION



IMDb


This film is a poignant homage to life that clings, perhaps, to artifice in order to survive. "All About My Mother" (1999), perhaps Pedro Almodóvar's most complete and profoundly human work, transcends, let's say, its own colorful aesthetic and becomes a drama of an emotional purity that I would say is unparalleled.

It is known that this film is a kind of tribute to "A Streetcar Named Desire" by the great and unforgettable Tennessee Williams. But it goes even further; the filmmaker from La Mancha weaves his own melodrama, exploring themes ranging from the construction of identity to the chosen family.

Manuela, after the tragic death of her son, is the driving force of this plot. I believe I understand it as a kind of circular journey, something like a return to origins, a quest that is, in reality, an escape.

As someone who has studied screenwriting as an artistic discipline, and who also works with screenplays every day, I can tell you that this film is an intricate screenplay, but it's so well-assembled that each encounter, each character, is like a piece of a puzzle.

The apparent coincidence of the melodrama (reunions, revealed secrets) becomes, in this production, a tool of superior narrative logic. It is destiny and it is redemption.

Almodóvar imbues his story with a symbolic and emotional weight that is reinterpreted as strengths in this unprecedented and captivating game.

You will find magnetic broken souls that are rebuilt within a structure that might appear chaotic, let's say, overflowing with events.

In this film, pain and joy are two sides of the same coin.

Cecilia Roth, as Manuela, delivers a monumental performance of restraint.

There is pain in her gaze, in her small gestures, like a mother turned into a servant, or rather, a servant, of others.

Marisa Paredes, in Huma Rojo, is tragedy and flesh, a diva and a force on stage, yet fragile as a rose, fragile.

Penélope Cruz, already a dramatic icon, embodies Sister Rosa, and her unwavering tenderness and faith seem to me to undoubtedly become the incorruptible heart of the story.

Antonia San Juan's monologue might be considered something of a manifesto, and I don't think I'm wrong in saying that it is perhaps one of the most memorable scenes in Spanish cinema.

Technically, All About My Mother is a masterpiece of Almodóvar's style at its peak. Affonso Beato's cinematography bathes Barcelona in a palette of passionate reds, melancholic blues, and hopeful greens, creating an atmosphere as artificial as it is truthful.

The art direction is meticulous and meaningful: every setting, from the hospital to Rosa's apartment, tells a story. And it tells it well, indeed. The editing is fluid and elegant.

It's a film that, while venturing into the realm of classic melodrama, avoids sentimentality. It's honest in its approach and manages to be, at the same time, a tribute to the art of acting.


🇧🇷 VERSÃO EM PORTUGUÊS



IMDb


É uma homenagem vibrante e crua a uma vida que se agarra ao artifício para sobreviver. "Tudo Sobre Minha Mãe" (1999), talvez a obra mais completa e profundamente humana de Pedro Almodóvar, transcende sua própria estética colorida para se tornar um drama de pureza emocional avassaladora.

Com este filme, Almodóvar não apenas presta homenagem a "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennessee Williams, mas também tece seu próprio melodrama essencial sobre a construção da identidade e a família escolhida.

A trama gira em torno de Manuela após a trágica morte de seu filho. É uma jornada circular de volta às origens, uma busca que, na realidade, é um voo para frente.

Almodóvar constrói um roteiro intrincado e perfeitamente montado, onde cada encontro, cada personagem, é uma peça essencial de um quebra-cabeça. A aparente casualidade do melodrama (reencontros, segredos revelados) é uma ferramenta de uma lógica narrativa superior, que dita o destino e a redenção da humanidade.

Embora a trama possa ser acusada de depender excessivamente de coincidências, Almodóvar as reveste de um peso simbólico e emocional tão grande que elas são reinterpretadas como pontos fortes.

O mundo que ele apresenta é um mundo onde almas quebradas se atraem mutuamente para se curarem. A estrutura, por vezes densa, é na verdade um reflexo da própria trama caótica e sobreposta da vida, onde dor e alegria são duas faces da mesma moeda.

Cecilia Roth, como Manuela, oferece uma atuação monumental em sua contenção. Sua dor transparece em seu olhar, nos pequenos gestos de uma mãe que transformou sua vida em um ato de serviço. Ela é o eixo moral e emocional em torno do qual gira o universo almodovariano.

Marisa Paredes, como Huma Rojo, é a tragédia encarnada, a diva cuja força no palco contrasta com sua fragilidade na vida privada.

Penélope Cruz, no papel que a consagrou como atriz dramática, personifica a Irmã Rosa com uma ternura e fé comoventes, sendo o coração incorruptível da história. E Antonia San Juan, como La Agrado, é o motor da vitalidade e da honestidade mais crua. Seu monólogo sobre "autenticidade" é um manifesto em si e uma das cenas mais memoráveis do cinema espanhol. A química entre elas não é de uma amizade convencional, mas de uma irmandade forjada na adversidade, uma sinergia que sustenta todo o filme.

Tecnicamente, Tudo Sobre Minha Mãe é uma obra-prima do estilo de Almodóvar em seu auge. A fotografia de Affonso Beato banha Barcelona em uma paleta de vermelhos apaixonados, azuis melancólicos e verdes esperançosos, criando uma atmosfera tão artificial quanto verdadeira.

A direção de arte é meticulosa e significativa: cada cenário, do hospital ao apartamento de Rosa, conta uma história. A montagem, por sua vez, é fluida e elegante, permitindo que os momentos dramáticos respirem sem cair no sensacionalismo.

A trilha sonora, com o uso magistral de "Tajabone", de Ismael Lo, e a comovente partitura de Alberto Iglesias, envolve o filme em um manto de melancolia e esperança. Almodóvar demonstra aqui um domínio completo de sua arte, onde cada elemento técnico está a serviço da emoção e da ideia.

"Tudo Sobre Minha Mãe" é o ápice das obsessões de seu autor: maternidade, o teatro como vida, a fluidez da identidade, a resiliência feminina.

É um filme que, embora se movimente pelo território do melodrama mais clássico, jamais cai no sentimentalismo graças à sua honestidade intelectual e emocional. Consegue ser, ao mesmo tempo, uma homenagem à arte da atuação e um drama comovente sobre luto e reconstrução.

Este filme não é apenas para os amantes do cinema de Almodóvar, mas para qualquer pessoa que acredite no poder do cinema de abordar as grandes questões humanas com beleza, inteligência e um coração tão grande quanto o de seus protagonistas.

Uma obra-prima que não envelhece, porque seu tema é, simplesmente, eterno.

Traducciones al inglés y portugués en Google Translation

Escribo ficciones. Algunos de mis libros publicados son: Convite de Cenizas (2002), Tras la piel (2004), En este lado de la muerte (2014), El orden natural de las cosas (2015), La Sangre del Marabú (2020), La Sexta Caballería de Kansas (2024) y La Nada Infinita (2024)



0
0
0.000
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
19 comments
avatar

Me encantó tu reseña, también la película.

avatar

Una película que deja su huella en el espectador.
Excelente reseña, me hizo recordar la obra de Almodóvar. 👍

avatar

¡Enhorabuena!


Has recibido el voto de PROYECTO CHESS BROTHERS

✅ Has hecho un buen trabajo, por lo cual tu publicación ha sido valorada y ha recibido el apoyo de parte de CHESS BROTHERS ♔ 💪


♟ Te invitamos a usar nuestra etiqueta #chessbrothers y a que aprendas más sobre nosotros.

♟♟ También puedes contactarnos en nuestro servidor de Discord y promocionar allí tus publicaciones.

♟♟♟ Considera unirte a nuestro trail de curación para que trabajemos en equipo y recibas recompensas automáticamente.

♞♟ Echa un vistazo a nuestra cuenta @chessbrotherspro para que te informes sobre el proceso de curación llevado a diario por nuestro equipo.


🏅 Si quieres obtener ganancias con tu delegacion de HP y apoyar a nuestro proyecto, te invitamos a unirte al plan Master Investor. Aquí puedes aprender cómo hacerlo.


Cordialmente

El equipo de CHESS BROTHERS

avatar

Agradecido
Su respaldo es muestra del esfuerzo y la calidad que intento poner en cada publicación. Nos sentimos profundamente agradecidos por esta valoración y por ser parte de un ecosistema, como el de Hive, donde el contenido de valor encuentra su recompensa.

avatar

Ufff es de esas películas que se meten en el alma y te dejan sus imagenes rondando en la cabeza. Gracias por esta excelente propuesta. 🤗✨

avatar

Querida @lizandra gracias!!!
"Todo sobre mi madre" no se ve solo con los ojos, se experimenta con el corazón. El rostro de Cecilia Roth en el teatro, la lluvia en Barcelona, la fuerza silenciosa de las mujeres—no se marchan; se instalan a vivir en la memoria y en el alma, como un eco persistente de la vida misma.

avatar

Congratulations @marabuzal! You have completed the following achievement on the Hive blockchain And have been rewarded with New badge(s)

You got more than 4250 replies.
Your next target is to reach 4500 replies.

You can view your badges on your board and compare yourself to others in the Ranking
If you no longer want to receive notifications, reply to this comment with the word STOP

Check out our last posts:

Our Hive Power Delegations to the October PUM Winners
Feedback from the November Hive Power Up Day
avatar

Recibir una notificación de logro y nuevas insignias en la blockchain de Hive es una sensación fantástica.
Gracias!!! 🫂

avatar

Este es uno de mis directores favoritos. De los que espero ansiosa su película. Excelente post. Gracias por las apreciaciones.

avatar

@neysi71
¡Muchas gracias por tu comentario! Me alegra muchísimo saber que compartimos la admiración por Almodóvar. Es uno de esos directores que, efectivamente, genera una expectativa y una fidelidad especiales en su público.

Tienes toda la razón, su cine tiene una magia única. Precisamente por eso, "Todo sobre mi madre" es una de esas obras que merece ser revisitada y celebrada una y otra vez.🫂

avatar

Hace por leí una reseña de otra de sus obras y me dije tengo que volver jj. Es que en ocasiones las vemos en un momento, o una edad, que no nos ofrece la misma mirada. Anotado regresar a Todo sobre mí madre. Abrazos

avatar

Ví la película hace ya mucho tiempo, creo que es la hora de regresar a ella, sobre todo con tu reseña como aliciente.